terça-feira, 23 de agosto de 2011

Recado de MÃE




"Enquanto no Brasil a polêmica do beijo-não-beijo gay aparece a cada novela com personagens homossexuais, nos EUA esses beijos são mais que comuns. Desde Dawson’s Creek, em 1999, que isso já deixou de ser tabu nas séries americanas.
Atualmente no ar, Glee trata do assunto de forma interessante, com alguns personagens homossexuais. Na segunda temporada, Kurt (Chris Colfer) ganhou um namorado, Blaine (Darren Criss), e o relacionamento dos dois fluiu de forma muito bonita e foi retratada da mesma forma na série.
Mais legal que isso, entretanto, é a história da mãe americana que contou em seu blog sobre a paixão de seu filho de seis anos pelo personagem Blaine. Com quase 40 mil comentários em apenas uma semana, a postagem chamou a atenção até da revista OUT, que convidou a mãe para escrever um texto contando o efeito de seu post original sobre a família.
Como
eu tava à toa
 achei a coisa mais fofa, resolvi traduzir o post original e transcrever abaixo para compartilhar com vocês (se ainda não leram ou ficaram com preguiça de ler em inglês):"

Mamãe, Eles São Como Eu
"Meu filho mais velho tem seis anos de idade e está apaixonado pela primeira vez. E ele está apaixoando pelo Blaine, de Glee.
Para aqueles que não sabem, Blaine é um menino… um menino gay, namorado de um dos personagens principais (de Glee), Kurt.
Mas não é uma paixão do tipo, “ah, o Blaine é tããão legal!”. É o tipo de amor que o faz ficar olhando para uma foto do Blaine por meia hora, dizendo com uma voz melancólica “Ele é tão bonito…”.
Ele ama o episódio em que os dois meninos se beijam. Meu filho sai chamando as pessoas pela casa, para se certificar que não percam sua “parte favorita”. E ele fica voltando e assistindo de novo, e força todos a assistirem junto, se certificando que todos tenham prestado atenção suficiente.
Essa paixão não me incomoda nem ao pai dele. Vivemos em um bairro hiper liberal, muitos dos nossos amigos são gays, e a ideia de ter um filho gay não é algo que incomode a qualquer um de nós. Nosso filho vai ser quem ele é, e é nosso dever amá-lo. Fim da história.
Mas ele só tem seis anos. Aos seis anos de idade, ele fica obcecado com todo tipo de coisas. Isso pode não significar absolutamente nada. Nós sempre brincamos que talvez ele seja gay, ou então que temos o melhor material de chantagem da história da humanidade para quando ele for um garoto hetero de 16 anos (melhor ainda que suas fotos tomando banho).
Outro dia estávamos viajando pelo estado, escutando o CD dosWarblers (é claro!), quando no meio (da música) Candles, meu filho disse do banco de trás:

-Mãe, Kurt e Blaine são namorados.
-Sim, eles são. – eu afirmei.
-Eles não gostam de beijar garotas. Eles beijam apenas garotos.
-Isso é verdade.
-Mamãe, eles são como eu!
-Isso é ótimo, meu filho. Você sabe que eu te amo, não importa como você seja?
-Eu sei. – e eu podia ouví-lo revirando os olhos para mim.

Quando chegamos em casa, recapitulei a conversa para o pai dele e ficamos apenas olhando um para o outro por um momento. E então sorrimos.

-Então, se ele daqui a 16 anos fizer o grande anúncio na mesa de jantar, poderemos dizer: ‘Você nos contou quando tinha seis anos. Passe a cenoura.’. E ele vai ficar desapontado porque roubou seu grande momento dramático. – meu marido disse com uma risada enquanto me abraçava.

Só o tempo dirá se meu filho é gay, mas se ele for, eu já estou feliz porque ele é meu. Estou feliz que tenha nascido em nossa família. Uma família cheia de pessoas que vão adorá-lo e aceitá-lo. Pessoas que nunca vão querer mudá-lo. Com os pais que vão olhar para a frente e dançar no dia do seu casamento.
E eu tenho que admitir: Blaine seria um genro realmente bonito."



Post original: http://www.confissoesaesmo.com/

Um comentário:

DO disse...

Sem duvida uma enorme lição de vida.